O novo vestibular, com base numa prova diferenciada do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), poderá ser implantado em algumas das 55 instituições federais de Ensino Superior (Ifes) do país já em 2010. Se depender de reitores dessas universidades – que participaram segunda-feira e ontem, em Brasília, de encontro sobre o assunto com o ministro da Educação, Fernando Haddad –, o atual modelo seletivo pode estar com os dias contatos. Haddad prometeu para hoje documento técnico detalhando o novo processo, para que os reitores possam discutir a proposta em suas instituições e realizar suas escolhas.
A elaboração da nova prova do Enem e o impacto no Ensino Médio (EM) público serão acompanhados por um comitê gestor formado por reitores e por secretários estaduais de Educação. Essa foi uma das moções aprovadas pelos reitores das 55 universidades federais brasileiras, reunidos na sede da associação nacional dos reitores das federais do país (Andifes). Após conhecer a proposta e dirimir dúvidas, a maioria dos reitores manifestou apoio à iniciativa do MEC, de substituir o atual vestibular por nova versão do Enem.
Outros temas abordados no encontro foram a mobilidade dos estudantes e seu impacto no desenvolvimento regional – já que farão único teste para concorrer a um curso de qualquer instituição que aderir ao modelo no país – e peculiaridades de cada seleção em relação às cotas ou avaliações seriadas. Segundo o ministro, não há impedimento às Ifes que aplicam políticas afirmativas ou avaliação seriada. No caso do RS, existem programas como o Peies, na UFSM; e o Pave, na UFPel.
Em relação aos processos seletivos hoje feitos em duas fases, em algumas universidades, Haddad explicou que, se a instituição adotar apenas o Enem, a mudança no vestibular poderá ocorrer neste ano.
Para a União Nacional dos Estudantes, a proposta do MEC de unificação do vestibular é um avanço para a construção de um novo modelo de Ensino Superior, pois vai padronizar o Ensino no país. Mas a entidade alerta que a medida está longe de solucionar as desigualdades sociais do atual sistema educacional.
Os estudantes ponderam que ampliar oportunidades a quem não tem condições de se inscrever e custear diversos vestibulares, requer contrapartida pública na assistencial estudantil, como auxílios à moradia, transporte ou alimentação. A entidade estudantil defende maior discussão das mudanças com a comunidade acadêmica e reprova o Enem como prova base para a unificação. 'Trata-se de um assunto de extrema relevância e não pode estar atrelado à agenda eleitoral', avalia Lúcia Stumpf, presidente da UNE.
Processo seletivo unificado
Fases: O Ministério da Educação explica que as universidades que optarem adotar apenas o Enem, a mudança no vestibular ocorrerá ainda neste ano. Para as instituições que seguirem seus próprios processos seletivos, a modificação se dará a partir de 2010;
Debates: Reitores de diversas universidades do país estiveram reunidos entre segunda e terça-feira para avaliar a proposta do MEC. Conforme o ministro Fernando Haddad, a maioria está inclinada para alterar o processo seletivo. A única questão é que estão sendo abordados pontos problemáticos: tempo, segurança e diferenças regionais;
Estudantes: A União Nacional dos Estudantes defende maior debate sobre o assunto, mas considera um avanço na construção de um modelo de Ensino Superior;
Conselhos: Reitores levarão a pauta, nas próximas semanas, para avaliação dos conselhos universitários, que darão o aval final.
FONTE: CORREIO DO POVO
FONTE: CORREIO DO POVO
ANO 114 Nº 190 - PORTO ALEGRE, QUARTA-FEIRA, 8 DE ABRIL DE 2009
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