Quer crescer? 22/07/2009
Posted by Liduina Benigno in Ensaio
A palavra civilização nomeia as formas mais elevadas dos usos e costumes de um povo. É dela que deriva o termo civilidade, como a capacidade de agir observando padrões elevados de boa educação, gentileza e cortesia. Em tese, quanto mais civilizado um povo, mais seu sistema de convivência torna-se facilitado, uma vez que todos seguem as regras para o bem coletivo e respeitam os direitos individuais.
No dia a dia, a civilidade se apresenta na forma de atitudes gentis, na prática da cortesia e da delicadeza implícitas no cuidado para não transgredir normas simples, mas sinalizadoras de um grau elevado de formações humana e espiritual alcançadas por determinada sociedade.
Palavras simples traduzem atitudes de pessoas minimamente educadas, como exemplos: por favor, com licença, obrigado (a), desculpe. Essas pequenas fórmulas são chaves que abrem portas mágicas para uma vida agradável e edificante. E se lembrarmos que estamos em um mundo cada vez mais globalizado, e por isso mesmo, múltiplo e diverso; com níveis de explosão populacional jamais vistos, obrigando-nos a conviver com maior contingente de pessoas, grande miscelânea de expressões culturais e progressiva necessidade de compartilharmos recursos; as palavras , os gestos de cortesia e gentileza crescem em valor prático e, também, humano.
Praticar a civilidade por meio de regras da boa convivência não significa seguir normas de etiqueta social, apesar de seu valor e contribuição para uma vida social agradável. E o elemento que diferencia a cortesia que se origina de uma polidez formal de um tratamento genuinamente cortez e humano é a gentileza.
Nada mais eficaz para fazer e manter amigos, ajudar nas conquistas duradouras, sejam pessoais ou profissionais do que estabelecer relações a partir de uma atitude temperadamente gentil. Sem os exageros da bajulação que não se sustenta como atitude movida por sentimentos autênticos, nem a cortesia fria e superficial.
Não é por acaso que gente e gentileza têm a mesma raiz etimológica. Talvez na formação da língua, a origem comum queira nos lembrar que a gentileza é um dos aspectos que humaniza os relacionamentos e confirma nossa condição de ser gente. Mas a despeito de ser um termo amplamente utilizado, a gentileza como qualidade que nos diferencia como seres relacionais e afetivos parece estar cada vez mais em desuso.
A forma como interagimos é expressão do que somos. O ser humano apesar de todo o processo evolutivo ainda mantém resquícios de comportamento animal e isso se manifesta muito nas interações afetivas e sociais. Nos momentos nos quais temos de conviver com pessoas por quem nutrimos sentimentos de animosidade, não raro, as rivalidades e antipatias são expressas por atitudes de hostilidade e agressividade. Parece ser um grande desafio para nós humanos, ultrapassar a barreira das tendências agressivas instintivas e fazer valer as dimensões afetivas e comportamentais que nos diferenciam dos animais desprovidos de cognição e incapazes de vivências espirituais e produção cultural elevadas.
Ás vezes, é como se fizéssemos força para parecermos hostis e agressivos, para mostrar ao outro que ele deve manter distância. Do ponto de vista da inteligência emocional, esse tipo de atitude é totalmente dispensável, salvo em situações de franco risco à nossa segurança física, nas quais precisamos nos proteger. No convívio familiar e social precisamos fazer esforço é no sentido contrário. Precisamos ultrapassar esse resíduo animal do comportamento social e nos esforçarmos para estabelecer relaciões adultas e mutuamente edificantes. Independente do nível de antipatia que possa nos mover contra alguém, podemos superar esse estado afetivo de animosidade e tratar a todos com delicadeza.
Um fato curioso é que não é difícil ocorrerem, até em situações que deveriam propiciar momentos de confraternização, episódios de convivência hostil. Anfitriões que deveriam apresentar atitudes de graça e solicitude com os convidados, às vezes, convidam para ostentar e esquecem o verdadeiro sentido da festividade. Senão, responda: você nunca saiu de uma festinha ou encontro familiar ou de amigos com uma considerável vontade de presentear os anfitriões com a última edição do “Livro completo de Etiqueta de Amy Vanderbilt”? Infelizmente, a grosseria social e a ausência de cuidados mínimos para uma acolhida gentil são cada vez menos raros.
Por tudo isso, vamos refletir um pouco sobre como reagimos socialmente à presença do outro?
Como está seu nível de zelo com o cumprimento de exigências sociais básicas no seu convívio?
Você considera isso importante?
Você busca relacionar-se de forma empática com seus amigos, familiares, colegas de trabalhos e membros da sociedade?
Depois dessa parada reflexiva, vamos conhecer os amigos da gentileza? Ou seja, vamos enumerar aspectos facilitadores do convívio capaz de harmonizar os ambientes e torná-los mais saudáveis e produtivos?
Bom humor - As pessoas bem humoradas lidam com maior leveza com os desafios do dia a dia e por isso, tendem a manter atitude receptiva e alegre com seus pares, mesmo em momentos mais difíceis;
Humildade - As pessoas seguras têm maior facilidade para colocar-se no mesmo nível de seus pares sem sentimentos de inferioridade, por isso tendem a ser mais humildes e manter atitude simpática;
Inteligência - As pessoas que apresentam boa dose de inteligência emocional mostram-se, geralmente, mais acolhedoras e cuidadosas com o bem-estar dos demais;
Paciência - A paciência é signo de equilíbrio emocional. Ajuda a manter interações mais tolerantes e edificantes;
Altruísmo - A preocupação com o outro e a capacidade de diminuir os benefícios a si mesmo para compartilhar vantagens de forma mais igualitária, próprias do altruísta, são fatores significativos para imprimir padrões gentis e humanos nos relacionamentos;
Empatia – Saber colocar-se no lugar do outro dá boas pistas de como devemos nos comportar para manter relações harmoniosas;
Boa educação como conjunto de regras internalizadas de comportamento social aceitável é fundamental para que tenhamos relacionamentos baseados na gentileza e no respeito;
Visão ética – o senso de justiça e a noção de que os direitos e deveres precisam ser respeitados mutuamente são fundamentais na construção de relações consistentes e duradouras;
Um dos grandes inimigos da gentileza e da competência interpessoal e social é, muitas vezes, o temperamento. Pessoas impulsivas, coléricas e também as muito frias têm grande dificuldade para expressar comportamentos conciliadores. Entre esses sujeitos, parece haver alguns que padecem de certo aborrecimento interpessoal e interpõem entre si e os outros, uma barreira ou máscara repugnante que afasta a todos que buscam aproximação. Mas é possível desenvolver autoconhecimento e trabalhar esses padrões pelo autocontrole e expansão de atitudes opostas. É o chamado antídoto comportamental, ou seja, experimentar atitudes diametralmente opostas à tendência atitudinal que costumeiramente adotamos. Afinal, você já deve ter ouvido que ” nada muda se você não mudar”.
Mas existem outros inimigos da civilidade e da gentileza. Vamos conhecê-los?
Presunção e soberba - os presunçosos e soberbos têm maior dificuldade de adotar comportamentos que possam sugerir uma base de igualdade na relação, por isso tendem a ter atitudes agressivas que colocam os outros na condição de vítima e portanto de inferioridade;
Rancor - A incapacidade de atualizar os sentimentos em relação a episódios passados envenena os contatos pessoais com a hostilidade e a intolerância;
Egoísmo - As pessoas que se enxergam como centro do mundo são incapazes de realizar julgamentos justos da realidade e de adotar comportamentos que não os coloquem como o único elemento precioso da situação;
Ignorância - Ignorar regras mínimas de boa educação incapacitam as pessoas desprovidas de considerável bom senso de se portar com certa civilidade.
Imaturidade – É próprio da maturidade, valorizar o semelhante. Isso é fruto do processo reflexivo permitido pela experiência acumulada. Apesar de alguns indivíduos nunca conseguirem superar o egocentrismo próprio das crianças, ter uma visão realística e madura da vida e das pessoas favorece a assunção do altruísmo nas interações.
E é bom lembrar que a gentileza não deve estar restrita aos ambientes sociais. Quanto mais precisamos conviver intimamente, maior deve ser o zelo com a manutenção de padrões de gentileza e respeito. Principalmente, nos momentos delicados e conflituosos. Casais, pais e filhos, namorados, irmãos, amigos de longa data, vizinhos e condôminos devem ter ainda maior esmero para preservar o nível de consideração entre si. Devemos lembrar que ser a companhia ideal é indissociável da prática da gentileza.
Existem pessoas amáveis, calorosas que parecem trazer essa faculdade do berço. Se é o seu caso, parabéns! Se não for assim, nunca é tarde para aprender e ensinar aos que estão à sua volta. Principalmente às crianças. Não é à toa que a música Coração de estudante de Wagner Tiso e Milton Nascimento nos ensina:
E há que se cuidar do broto
Pra que a vida nos dê
Flor e fruto.
E que bela flor. E que fruto propício é a gentileza. Por esse motivo a civilidade e tudo que dela advém deve ser semeada desde a infância. Ela alimenta um circuito humano de relacionamentos edificantes, capazes de produzir bem estar e sucesso. Além disso, há uma certa satisfação em comportar-se agradavelmente.
Pense nisso! Experimente expandir-se como ser relacional e afetivo.
Copiado do Blog do Triunfo
ESSAS DICAS PODEM MODIFICAR AS NOSSAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NESTE NOVO ANO FAZENDO QUE NOSSA VIDA SE ALTERE PARA SEMPRE, COM UM POUCO DE PACIÊNCIA É POSSÍVEL PROMOVER TRANSFORMAÇÕES PERENES.
A todos meus familiares, amigos, alunos e ex-alunos desejo um ano novo de muitas alegrias e sucesso. Depende de nós.
Abraços.
Mariel Hidalgo
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Juntos contruímos um mundo melhor. Acredite.www.futurocidadao.org/
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